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domingo, 10 de agosto de 2014

O Pai atendeu!






Disse!
Tudo está perdido!
E foi, pra casa chorar
Chorou até se cansar
Doeu-lhe a cabeça
Foi se deitar.




E, uma vez, deitada
Pôs-se então a pensar
No porque de tanta tristeza
Daquele tamanho desespero
Não teve resposta.

Levantou-se e foi para a rua
E caminhou sem rumo definido
Até que, encontrou um bar
Por curiosidade resolveu entrar
E entrou, algo, ressabiada.

Daquele ambiente
Ela não sabia nada
Para não destoar
Pediu uma bebida
Nada resolveria!

Mas não seria um gole
Que a arruinaria
Ainda mais do que estava
Bebeu!
A bebida era forte.

E mais forte
Foi o tranco que levou
Logo se recompôs
A forte bebida a acalmou
Pediu mais uma!

A segunda dose
Não queimou.
Como havia
Queimado a primeira
Já um tanto entorpecida
Pediu quase sem voz...
Uma terceira.

Depois chamou um taxi
E retornou a sua casa
Com a cabeça latejando
E o estômago em brasa
Dormiu rapidamente
Sem precisar de uma razão
O porre lhe amenizou a solidão.

É claro que...
No outro dia estava de ressaca
Nunca havia experimentado
Semelhante sensação
Por isso mesmo jurou
Que não mais beberia
Mesmo sendo reconfortante
Não dá vida ao próximo dia!

O que ela precisava
Não era de bebida
Mas sim de boa companhia
A mesma, boa companhia
Que havia desprezado
Em um infeliz dia.

Dia!
Em que se achou melhor
Que as demais pessoas
E optou então por ser só
Mas a decepção é, sem dúvida
O melhor conselho
Já não se via tão linda
Diante de seu espelho.

Espelho que teimosamente
Lhe intitulava
A mais linda e a melhor
Cada vez...
Que falava ao espelho
Sentia-se ainda pior.

E olhando, mais atentamente
Via a solidão fungando
Em seu delicado cangote
E seus seios arfando
Em meio ao seu generoso decote
Que não tinha...
Ninguém pra compartir.

Foi nesse desespero
Que se viu órfã
Sem saber aonde ir
Mas, após aquela revelação
Que lhe trouxe a bebedeira
Entoou baixinho
Uma espécie de oração.


Pai!
Não me deixe na mão
Mantenha meus pés
Sempre firmes no chão
Faça de mim maior
E infinitamente melhor
Que eu deixe de ser
Egoísta e arrogante
Faça Pai!
Com quê
Eu ame e respeite
Meu semelhante!

O pai atendeu
Dali pra frente
Ela enxergou-se
Como gente!



Lemos
10/08/2014


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