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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

À semelhança do Pai!









Não








Eu não perdi o gosto
A vida ainda continua saborosa
De manhã acordar
Puxar o ar e senti-lo entrar
Farta e generosamente
Pelas, ávidas narinas
Sentar à mesa e saborear
As iguarias finas
Café com pão
De vez em quando
Uma manteiga ou requeijão.


Só para dar um susto na pobreza
Com ou sem iguarias
As vidas só ficam vazias
Quando não se veem as belezas
Que sendo tão naturais
Só podem ser vistas naturalmente
Com imaginação e calma
As belezas da vida
Só podem ser tocadas
Através dos encantos da alma!
Não!
Eu não perdi o gosto.


Apenas!
A tola hipocrisia do irmão
Tirou, o antigo sorriso do meu rosto
Sorrio sim, não afirmo que não.
Mas, somente por dentro.
Sorrio!
Dos olhos, para o coração.
Quando raramente vejo algum irmão
Com atitudes coerentes
Sou feliz à minha maneira
Liberto das velhas correntes
De uma vida quase que inteira.


Quase!
Pois me sobra algum tempo
Para desfrutar
De minha nova etapa
Entretanto, sabendo quê!
Não estarei pra ver...
A tão especial, raça humana
Sendo, definitivamente...
Riscada do mapa!
E, certamente, vai.
Mesmo afirmando ter sido
Feita à semelhança do Pai!




Lemos
06/08/2014



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