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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Não era eu!






No dia em que me disse
Aquelas duras palavras
Deixou claro e patente
Que eu não servia pra você
Não era eu!
O homem que imaginava
Em seus sonhos dourados.



Não era eu!
O seu príncipe encantado
Experimentar-me
Foi sua maior besteira
Degustar-me
De olho em minha carteira
Que nunca nada lhe prometeu.



Naquele dia
De seu veredito
Tornei-me o mais feio
Sem nunca ter sido bonito
Como poderia eu?
Um dia me casar
Sem qualquer competência
Para gerenciar um lar.



Como ser pai de família?
Com o misero salário
Que a ferrovia me pagava
Em minha sina de operário
Naquele dia!
Em que supostamente me humilhou...



Sem querer!
Colocou os meus pés
Novamente no chão
Arrancando-me da utopia
Devolveu-me ao padrão
Que tive um dia...



Um dia!
Em que não era escravo
De seu claro olhar
E pondo-me de novo
No caminho da verdade
Trouxe-me a paz!



Paz!
Que contigo não tinha
Pois a única paz que tive
Foi a minha
No tempo em que caminhava
Com meus próprios pés
E ditava o rumo
Pelo qual devia seguir.



Ao me jogar fora
Quase me matou
Mas hoje!
Bendigo àquela hora!



Lemos
03/02/2016



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