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sábado, 30 de janeiro de 2016

A cada amanhecer






Tinha recebido um dom
Mas não vi proveito
E segui sem superpoderes
Sobrevivi do meu jeito
Não superestimei a relação
De mim para comigo
Sem narcisismo
Não me achei lindo
Nem fui meu único amigo.



E sem me sentir maior
Ou ostentar...
Ares de superioridade
Segui por igual!
Lado a lado...
Com a minha verdade
Quê:
De vez em quando questiono
Sua forma de agir
Querendo escravizar
Seu senhor e dono.



Às vezes a deixo de lado
Para assustá-la com o fantasma
Cujo nome, é abandono!
Fantasma, que já vi de perto
Quando se esgotaram algumas
Supostas grandes possibilidades
Foi o primeiro pontapé
Que levaram minhas vaidades
Que mesmo tendo limites
Sucumbiam a desmedidos apetites
Dando depois a vez ao pranto.



Pedindo, até para morrer
Ou serem deixadas num canto
Como eu amiúde as deixava
Até quando inconformadas
Gritavam meu nome
Assoladas pelo frio e pela fome
Verdades são como a vida
Devem ser levadas a sério
Mas diante de verdades amotinadas
Temos que adotar algum critério...



Para não sermos devorados
E passarmos de amo a escravo
Já vi tudo isso bem de perto
Sou gato escaldado!
Com medo de água fria
Não confio na noite
Pois o sono me distrai
Despreparando-me para o dia
Que sempre nasce
A cada amanhecer.



E preocupa enquanto viver
Dentro de sua imprevisibilidade
Às vezes abraçando alguma mentira
Ou sufocando uma grande verdade
Mentira e verdade
Uma não sobrevive
Se a outra não existir.
Tropeçando em uma
Ou me apaixonando pela outra
Não deixo de existir...



Não deixo de resistir
Não preciso ver para crer
Não preciso crer naquilo
Que amo e desejo
Não preciso duvidar do que temo
Não preciso mesmo de nada
Só de respirar e da estrada
Que pode me levar ele trazer
Caso venha a me arrepender...



Como já o fiz em outros tempos
Em que as coisas desandaram
Apesar de todo otimismo
Que eu levava dentro do peito
E que duramente me ensinou
Que o mundo não é...
Moldado ao nosso jeito...
Apenas, para nos dar prazer
De vez em quando nos paga
Outras vezes pagamos pra ver
O próprio navio naufragar.



Tem vezes em que morremos
Em outras sobrevivemos pra contar!



Lemos

25/01/2016

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