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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Sabiá sonoplasta!




É manhã!
Estou pescando
Gosto de acordar cedo
Nos dias de pescaria
Estou só!
Nesse dia...
Não trouxe companhia.



Começam a surgir
Os primeiro raios de sol
Tingindo a paisagem
Quê...
Filtrados pela folhagem
Das grandes arvores
Criam em meus braços
Um tipo diferente de tatuagem
Que se move ao sabor do vento.



Estou pescando!
E pescar...
Refresca-me o pensamento
Quase que sem perceber
Assovio baixinho, uma canção.
Tão baixo que pareço ouvir
As suaves batidas...
Do meu velho coração.



Estou pescando
E de vez em quando
Fisgo algum lambari
É enorme a paz...
Que há por aqui
Estou pescando
E um sabiá...
Canta divinamente
Sobre a minha cabeça.



Brindando-me!
Com sua melodia
Que invade minha alma
Aumentando minha paz
Nessa manhã
De inconfundível calma.



Entre um peixe e outro
Vou rememorando o passado
E antecipando o futuro
Que certamente não será
Da forma que o imagino
Vem sendo assim
Desde quando era um menino.
E meu pai me levava a pescar.



Mesmo assim...
Não desaprendi a sonhar
E ao som do sabiá
Aliado a minha...
Desafinada melodia
Murmuro uma homenagem
À memória de meu pai
Por ter me incutido
O gosto pela pescaria.



Estou pescando!
O mesmo sabiá sonoplasta
Defeca em cima de mim
Passo o dorso da mão
Para remover a sujeira
Que consiste...
Em fragmentos de insetos
E pequenas sementes de frutas.



E sereno, continuo a terapia.
Convicto que não há...
Melhor lugar para se estar
Do que em uma pescaria!



Lemos
29/12/2015




2 comentários:

Douglas disse...

Parabéns tio. És um pescador de palavras!

Douglas disse...

Parabéns tio. És um pescador de palavras!