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sábado, 21 de maio de 2016

Quem é o vagabundo?





Deixem-me quieto!
Não é à toa
Que deixei pra trás
Essa maldita sociedade
E suas sagradas instituições
Não sei pra quê...
Tanto estardalhaço
Não é hoje!
Que sou o palhaço
Esse tempo já passou!
Quando eu não era meu.



Não era!
Dono do meu nariz
Hoje estou aqui por opção
A qual por bem...
Tive que seguir
Saí de casa
Mesmo não tendo aonde ir
Ainda reverberam
Em meus incrédulos ouvidos
As palavras injustas...
E sujas que, triste, ouvi
Ainda me dói na alma
A dor dos injustiçados.



E por isso mesmo...
Estou melhor aqui
Misantropo!
Dentro desse carro abandonado
Na companhia de ratos e baratas
E sem porcelanato e chuveiro
Sem cozinha, sem comida...
E, também, sem banheiro!



Não será porque!
Algum imbecil me viu na TV
E se sentiu no dever
De ao mundo aparecer
Que irei abdicar
Da vida que escolhi
Mesmo sem asseio, e sem alimentação
Encontro-me melhor aqui
E não vou a qualquer lugar!.
Desaprendi sentido de “LAR”.



Sem essa!
De amigos, irmãos ou mulher amada.
Fui picado pela ingratidão
Conheci a dor da traição
E hoje, o que chamam de fora.
É o lado e dentro da minha vida
Considero  melhor!
O meu mundo agora
Pois representa a melhor saída
Podem debandar
Pois o show já acabou!



Nenhum de vocês sabe o que é
E eu!
Sei muito bem quem sou
E qual o meu papel no mundo
Sigo escrevendo minhas memórias
Que lá na frente dirão
Quem é o digno...
E quem é vagabundo!
Alguém aí falou
Em casa de recuperação
Por quê?
Se não bebo nem uso drogas
E já me recuperei da traição
Vou fazer de conta que não os vi
E seguir em paz por aqui!



Depois disso alguém tentou 
Me tirar à força
Do velho e sujo carro
Levou tamanha cusparada
Mesclada com escarro
Acordei então!
E não voltei a dormir.




Lemos
20/05/2016




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