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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Um belo quadro




Era eu!
Um sujeito qualquer
Até sua chegada
Bela mulher!
Com seus chiliques
Com seus apliques
Que a embelezavam
Mas, a falsificavam.



Amava-a demais
Mas, me dava vertigem
Vê-la negar as origens
Desmentir suas raízes
Via-a como
Um belo quadro...
Retratando a beleza
E também a paz...
Que tem a noite escura
Querendo...
Forçosamente adentrar.
O dourado da moldura.



E por isso eu...
Chorava interiormente
Contudo, dia após dia
Meu amor!
Ditado pela carência.
Submisso, a engolia.
Como, redesenhado
Amargo remédio!
Foi assim que vi
Minha paixão...
Transmudar-se em tédio.



Era eu, um qualquer
Porém, ao me desconhecer
Imediatamente...
Voltei a ser!



LEMOS
18/05/2016



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