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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cão vagabundo!




Sempre esteve ali
Mas apressado e cego
Nunca vi
Passava correndo
Mesmo sabendo
Ser a pressa
Inimiga mortal
Continua ali
Continua igual!

Com o mesmo valor
Cego fui...
Ao correr pela vida
Hoje, lambendo a ferida
Como cão sem dono
Sou o único culpado
Pelo meu abandono.

Mas, antes que a vida
que absolve e condena
Por si mesma me mate
Diminuindo o passo
Sopeso meus erros
Tento meu resgate.

Nada fácil
Pois uma vida
Quase que inteira
Vagando ao léu
Pássaro sem jeito
Voando ao avesso
Ignorando o perfeito.

Que se oferece
Dia após dia
Sujeitando-me
Ao instinto
Prenda nata
Que às vezes salva
Mas, amiúde mata!

Quase que me matou
Mas, a enorme pedra.
Que me deteve
Acredito que me salvou!
Ao deter-me o passo
Mostrou-me a fera
E também o laço!

Depois me mostrou
O que de belo
Existe em meu mundo
Basta de ser
Pássaro louco
Ou cão vagabundo!

Lemos

24/07/2014

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