Com o coração na mão

Há muito que esperava por aquele dia. Por isto vinha se preparando. De pouco em pouco um bom dinheiro acabou guardando.

Porém, para o que queria ainda foi insuficiente. Mas, por ter conseguido guardar já estava bastante contente!

No próximo sábado, Nícolas faria quinze anos. Uma boa e agradável festinha estava em seus planos.

Mas para o desespero, de uma Das Graças desconsolada.

Por falta de dinheiro. A festa foi cancelada!

Entretanto, nada estava perdido. Para uma festa não daria. Mas, ainda assim era um bom dinheiro. Quando não dá, para se fazer o que se quer. Resta a alternativa de fazer o que puder.

Foi exatamente isto que fez aquela mãe, num gesto de suprema sabedoria. Deu uma boa quantia ao filho. E disse-lhe para comprar o que queria.

O jovem Nícolas, que além de filho era da mãe o maior admirador e amigo. Agradeceu efusivamente e convidou-a para ir consigo.

Lágrimas afloraram ao rosto da mãe, tamanha era a sua felicidade. Disse:- Vá meu filho e divirta-se de verdade!

O jovem se assustou, nunca ouviu a mãe falar assim. Foi quando percebeu que seu benéfico limite, chegara ao fim!

Com seus quinze anos, conquistara a liberdade sonhada.

Foi mais do que merecida, pela sua conduta esmerada.

Passado o susto inicial. Beijou a mãe, e pôs o pé na estrada. Estava livre, mas o retorno tinha hora programada.

Assim que saiu, deixou a pobre mãe com o coração na mão. Ela então pegou um livro para tentar afastar a apreensão. Mas a preocupação, só iria embora quando o filho entrasse pelo portão!

Trinta minutos antes da hora marcada, o filho estava de volta a casa. Não foi grande seu primeiro voo. Faltava confiança em sua asa.

Retornou feliz e sorridente. Escondido às suas costas. Trazia para a mãe um lindo presente!

Muito, ainda nos reserva esta história. Mas esta parte foi para mãe filho. Um dia de glória!

Para a mãe pela graça alcançada. Para o filho pela confiança conquistada!

Lemos, 16/01/03 19h52min: 43.