Vê diante de si uma mulher muito linda. Apesar da aparência cansada aparenta ser muito jovem ainda. Seu olhar parece mirar paisagens distantes. Seu ar misterioso promete viagens interessantes!
O pouco que revela sua camisola semitransparente; insinua um
corpo escultural de uma mulher ardente!
Seus olhos negros trazem um ar de mistério. Às vezes ameaça revelar algo muito mais que sério. Enfim, um olhar chamativo e ao mesmo tempo
assustador. Qualquer homem, por medroso que seja. Arrisca-se por um minuto
de seu amor.
Embora não pareça tão fatal nesse dia. Pois demonstra estar
muito pensativa. Aquela mulher linda que tem à sua frente; não é a mesma
que conheceu outro dia!
Dá a impressão de estar testando sua beleza. Ora sorri, ora faz cara
de tristeza. Quando sorri lembra-se o que se passou outrora. Com o semblante
triste, representa o agora.
Nos seus lábios um batom não muito vermelho. É Maria das Graças
se observando no espelho!
O mesmo espelho, em que já se viu em melhores dias. Era quando se
julgava só, que tinha as melhores companhias.
Casou-se, para ficar com quem tanto amava. Não fosse pelo pequeno
e bom Nícolas, sozinha ficava! Enquanto isto não acontece, ela dá a si mesmo o
bom conselho. Há de se manter sempre linda como a que vê no outro lado do
espelho. Enquanto ela vagueia de pensamento em pensamento.
Vê na imagem refletida a
dor do arrependimento. Viaja no tempo lembrando-se de seu tenebroso casamento.
Só vê o marido saindo e chegando. É Florisvaldo, mais indo do que voltando.
Maldiz o casamento que nunca deveria ter acontecido. Porém ainda
não o considera um caso perdido. Sua realidade muito feia, é coisa que tem que
aceitar.
Resignada se acalma. Sabe que tem seu filho para criar.
Apesar de bêbado, seu marido é trabalhador. É o que ainda mantém
vivo, seu agonizante amor!
Ainda mantém alguma esperança em seu casamento sem rumo e sem
nexo. É jovem, inteligente, bonita e amorosa. Sente falta de amor e sexo!
Sexo pelo qual seu corpo jovem vive a clamar. Porém, como tem seu
marido ao qual ainda ama. Por ele vive a esperar. Perto dali em um bar, se
encontra a razão, de suas esperanças e de seu sofrimento. Quem sabe um dia ele
caia na realidade. E a boa mulher, tenha um casamento de verdade!
Lemos, 11/01/03 22:05
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