A velha guarda...
Guarda na memória
Toda uma história
De grande significado
De uma era que a seu ver
Deveria ser festejada
anualmente
Mas, ficaram apenas lembranças
Quase todos os outros já se foram.
Lamentam os que ficaram
Choram o desprezo, e ...
O não reconhecimento.
A velha, guarda em seu baú
As memórias de uma era
Onde havia um certo respeito
Pelos já avançados em anos
A velha, guarda em seu coração
As muitas dores
E alguns prazeres
que a vida
Lhe trouxe enquanto vivia.
Pois hoje, já não sente a vida
E afirma, que já é vencido
O seu visto, e seu passaporte
Já está devidamente carimbado.
Canta hits do passado
Apenas para não chorar
Diz que ninguém aprende
As lições que o mundo ensina
Cita, o grande rui Barbosa
E declama em alto e bom som
Poemas de Cora Coralina!
A velha guarda, inúmeras reflexões
Que jamais ousou compartilhar
Mesmo quando parecia ser aceitável
Teme a todo o momento
Que as máquinas leiam seu pensamento
Que hoje são, o que ela realmente tem
Além, das tralhas em seu antigo baú.
Lamenta as obras inacabadas
E as paixões mal resolvidas
E os remendos mal costurados
Que hoje, a expõe para o mundo cão
Come uma jabuticaba, e resmunga
Que não tem o gosto de antigamente
Tempos sofridos, sabor diferente!
A velha guarda recordações
De um tempo que diz ter sido
Infinitamente melhor
Mesmo, sem tevê a cabo
Sem ar condicionado
E, sem farmácia popular
Sem gratuidade no transporte
E sem; o auxílio Brasil!
Mas, essa e a voz do passado
O apelo, desesperado pela nostalgia.
Há muito, não sou um menino
E logo será o meu dia
De aclamar Bartô Galeno
Reginaldo Rossi, Júlio Nascimento
Como fenômenos musicais
Não que não tenham os seus valores
Mas fenômenos, é um pouco demais.
A velha guarda! Uma época:
Histórica e muito musical
É obvio que não haverá nada igual
Mas, depois teve a jovem guarda
Que ainda hoje conta com alguns setentões
Teve a bossa nova, a Tropicália
Que encantaram muitos corações.
Porém, a história cuida disso
Por esse imenso Brasil afora.
Esse, espalhafatoso saudosismo
Fica para os livros e museus
As pessoas...
Essas, sempre se vão embora!
Lemos
Vinte e um de setembro de 2022.
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