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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Balancete

 



Balancete

 

Nunca lavei a roupa que usava

Nem plantei ou cozinhei o que comi

Jamais varri o chão onde pisei

E sequer tracei algum mapa

Nunca li as bulas dos remédios que tomei.

 

 

Não me lembro de ter escolhido

Na vida, alguma parceira.

Mas nunca fiquei só..,

Por uma semana inteira

Não chorei leite derramado

Nunca busquei um culpado

Pelas reviravoltas da vida.

 

 

Tive ilusões, mas não foram perdidas.

Pois ao seu tempo foram substituídas

Sem entrarem para a minha história

Venci algumas batalhas...

Mas, jamais arrotei glórias.

Pois orgulho só enche o vazio

Como diz minha mulher amada!

 

 

Cem anos, pode ainda ser pouco

Diante da longa estrada

Que se abre à frente da pessoa

Que se queda, ou esbraveja.

Sobre as intempéries da jornada.

 

 

Nunca cozinhei o que comi

Nunca desdenhei do que aprendi

Com pessoas melhores do que eu

E que eu não via como tal

Mas, nem por isso me causou desconfiança.

E o respeito que demonstrei

Ainda é minha melhor lembrança.

 

 

Durmo bem quando tenho sono

E se não o tenho fico acordado

Jogando com meus loucos pensamentos

Que ora, me fazem sorrir.

Outras vezes, me trazem tormentos.

Que se dissipam ante a realidade

 

 

De que certo ou torto

Sou eu, e tão somente eu...

A minha única verdade

Que, amiúde, mente

Para minha alma:

 Que algo renitente.

Insiste em que eu

Encontre-me enquanto gente!

 

Lemos

 

20 05 2017

 

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