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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Naqueles olhos Claros

 


Ele fugia de algo, de alguém...

Ou de si mesmo

Não olhava para trás

Para não ser tentado

A voltar novamente

Como já havia feito antes

Seus olhos lacrimejavam

Mas, resoluto ele seguia

A contragosto, mas dentro

De sua plena convicção.

 

 

Já havia martelado em ferro frio

Para depois se ver frustrado

Habitando em seu próprio vazio

Já não tinha mais, seus dezoito anos

Como no tempo em que tudo começou

Contudo, trazia na alma cicatrizes

Do durante, e da forma como acabou

Não foi ele que escreveu

O seu tumultuado roteiro

Nem traçou seu difícil itinerário.

 

 

Apenas, seguiu os seus anseios

Dentro do sonho extraordinário

Espelhando-se naqueles olhos claros

Recebia o reflexo da promessa

De um mundo mais que encantado

Onde colheria os louros da vitória

De sua realização enquanto gente

Mas por mais belo, que seja o espelho

Inevitavelmente, ele sempre mente.

 

 

Mostrando os caminhos ao contrário

E mudando a rota do navio

Que aponta a proa para o sul

Quando na realidade vai ao norte

E foi por isso, que passou por anos

Comendo na mão, o que lhe era dado

Coletando erros e muitos enganos

Acreditava, estar em seu porto seguro

E sequer olhava, o mundo ao redor.

 

 

Não, ouvia as vozes das pessoas

Que em vão tentavam tirá-lo

De dentro do seu tolo devaneio

Acontece que quem ama muito

Só acredita na inveja do semelhante

E por isso mesmo, se submete à quimera

E se diz, realizado como gente

Envolvendo-se em uma rede invisível

Que se assemelha a um manto protetor.

 

 

Foi, exatamente, isso que aconteceu

Com aquele homem, que ontem vi fugindo

Sem querer, me vi naquela cena

Para os que disseram:

- Que sujeito alterado e louco!

Eu digo, que ao medo não se condena

E que o futuro pode ser medonho

Caso o pesadelo...

Não nos tire do sonho!

 

 

Lemos

22/09/2022


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