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terça-feira, 4 de junho de 2013

Não seria daquela vez.



Chamava-o de pai.
E possivelmente:
O via como tal
Mesmo não sendo ele
O pai original.
Ele,por seu turno
Também a via
Como sendo filha
Era ela sua princesa
De voz mansa e macia
Por ela ele tudo fazia
Mas o tempo
Que de tudo faz
Por menos não deixou
O tempo que sempre passa
E por isso mesmo passou
e assim como o vento
Apagou pegadas
Derrubou folhas e as levou
Tempo e vento
Já dizia o poeta
Trabalham juntos
A não deixam
A obra imcompleta
A menina cresceu
E de linda
Ficou mais linda ainda
Ele envelheceu
E seu coração:
Mais brando se fez
Entretanto, como tudo
Tem sua hora e vez
O anjo do inevitável
Por lá pousou
Não veio pra conversar
Nem pra cantar
Muito menos para orar
Não trouxe:
Nenhuma harpa dourada
Pois aquele anjo
Não sabia tocar
Só sabia, matar e levar
Não perdeu a viagem
Não seria daquela vez
Anjo da morte!
Não perde o freguês.
Sem prosa alguma
Bateu suas asas
Levando consigo
A bondosa dona da casa
Ficou o pai postiço
E a bela filha
Que tinha grande vocação
Assim dizia algum pseudo cristão
Ao ouvir suas palavras
E adivinhar seus pensamentos
Agora mais do que nunca
O caminho natural
Seria o do convento
Adivinhos de plantão
Fizeram suas apostas
Sem qualquer hesitação
Erraram!
Nem lamento, nem convento!
A menina linda
De olhos celestiais
Ouve rock, bebe,e fuma
Entre outras atividades
Das quais não exercia nenhuma
Realmente, tinha vocação
E o velho "pai"
Depois, de dura lição
Hoje dorme ao relento
Enquanto procura um lugar
O sonho acabou:
Nem sombra daquilo
Que um dia; foi um lar!

Lemos quatro de junho de dois mil e treze.


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