A mão direita deu.
A esquerda, não viu.
Assim, como tinha de ser.
A mão esquerda não deu...
Entretanto, a direita.
Não deixou de ver.
E por isso mesmo
Ficou indignada
- Como posso tudo dar?
E a outra não dar nada.
Viu, quando não devia
Resmungou sem necessidade
Quem tinha que ver viu.
Essa é a verdade!
Quando me contaram
Esta simples estória
Fiquei meio confuso
Apesar de já conhecer o ditado
Quem tem visão periférica
Não precisa olhar de lado
Não tem como notar
E depois ignorar
Só sei que no decorrer
Dessa estória que parece
Ser mais do que infantil
As duas mãos, ficaram de mau.
Porque uma, ignorou
E a outra, se pronunciou
Até que um dia...
A mão direita se arrependeu
E a um caloroso aperto
Humildemente se ofereceu
A esquerda por sua vez
Apesar de sempre fechada
Abriu-se naquele dia
E apertou com carinho
Num aperto meio desajeitado
Num aperto meio desajeitado
A companheira de jornada
E assim, seguem serenas.
Cada qual do seu lado
E com seu jeito próprio de existir
Até quando a morte
Novamente, as unir!
Lemos dezenove de agosto de dois mil e treze.
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