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segunda-feira, 13 de maio de 2024

A voz de Deus

 


Moro em uma pequena cidade 

De noite, escura...

De dia, obscura

Onde tem esgoto a céu aberto 

E ditador na prefeitura 

Cidade, onde têm ratos

De todas as modalidades 

Onde as mentiras, constantemente 

Se sobrepõe às verdades



Cidade "incompletável"

Mas, que se crê, mais que completa 

Onde as pessoas se submetem

Mas, tentam manter o orgulho 

E a espinha ereta.

Contudo, engolem o que lhes é permitido 

E seguem suas vidas

Teimando, em acreditar na felicidade.



E sempre sonhando em prosperar 

Em um terreno infértil...

Propício, apenas para os parasitas 

Que estão prestes a ir embora 

Pois, o que havia para sugar

Já foi sugado.



Um lugar, que vai virar deserto 

Pois, promete apenas, horrores

Para quem não acompanhar 

Os primeiros desertores 

Para onde irá esse povo?

Não há como dizer

Pois existem poucos lugares

Onde se possa ficar no mundo.



E quase, que tanto faz

Morrer, de tristeza e escassez 

Ficando na própria cidade

Ou sair para morrer

Diante de uma outra realidade 

Estranhamente parecida

Com a que ficou para trás.



Quem sabe, entrar em uma bolha

Como nos filmes de ficção 

E sair dela, trezentos anos depois 

Em uma outra paisagem 

Esperando por novos fatos

Mas, se deparar, sendo pisado 

Por quem deveria ampará-lo 

E, comidos, pelos enormes ratos!

Que serão parecidos...

Com os ratos, do longínquo passado.


Só que, mais numerosos e infinitamente maiores.

E assim, ver o sonho virar pesadelo 

Como, amiúde, acontece 

Com essa camada chamada, povo 

Que se denomina, como a voz de Deus...



Doce ilusão!

Eu acredito quê, se a voz de Deus

Um dia se fez ouvida 

Hoje ela, se encontra calada...

E, quando a voz divina

Não tem nada a dizer

Eu, resignado, vejo...

Que não há nada a se fazer?



Pois, se o que tinha de ser chorado

Já o foi por completo 

Então, não havendo mais

Lágrimas a derramar

E com todos ombros desativados

É, engolir a tristeza

Sem rebeliões e protestos

A Inês, estando já morta

Não há nenhuma fórmula mágica 

Não há bússola sem norte...



Nem placa de saída 

Seja ela reta ou torta

Quando não se tem para onde ir

Nem se deixar ao Deus dará 

Pois ele já deu...

 E, deixamos alguém tomar.

E já, que não resta o choro

Pois ele já está vencido

Pelo menos, um resquício de dignidade 

Vendo o fim...

E sabotando, um último gemido.


Lemos

13/05/2024








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