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sábado, 5 de fevereiro de 2011

O morto indignado

Não entendo a razão
Pois nunca fui aplaudido
Até então.
Por que agora?
Se nunca fui.
Não seria; esta a hora.
Não tive aplausos
Quando me formei
Tampouco, quando me casei
Nenhum reconhecimento:
Quando trabalhei
Nenhum amigo apareceu
Para um trago
Quando meu filho nasceu
Nunca elogiaram
Minha bonita caligrafia
Nem notaram
Minha limpa biografia
Da qual eu tinha tanto orgulho
Até o desastroso:
E derradeiro mergulho
Por qual razão, agora?
Estão a me aclamar
E, batem tantas palmas
Ao me enterrar
Espero-os, no inferno.
Vão se ferrar!

Lemos, 05/02/2011.

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