Não adivinho!
Mas, pressinto
Tomo atitudes e fico calado
E somente o tempo me diz
Quando certo e quando errado
Não profetizo!
Mesmo quando a tragédia
Está mais do que anunciada
A história me ensinou
A me cuidar sem dizer nada
Já me vi dentro do vazio
Por ter malhado em ferro frio
A civilização corre loucamente
Para lá e para cá
De acordo com o soprar do vento
Sempre digitando em seu telemóvel
E postando banalidades a todo o momento
Cauteloso, então, me calo.
Penso demais e nada falo
E já não me preocupo em ouvir
Não busco colher ensinamentos
Num mundo que nada aprendeu
E que já não sabe falar
De nada que não seja material
Posso ver além do horizonte
Sem binóculo ou bola de cristal
Não vejo novidade em eclipse
Não me impressiona o terror
Nem me apavora a iminência
Do inferno, ou apocalipse.
Pois já vejo o inferno por aqui
Evidente e eloquente
Às vezes mais do que escandaloso
Gritando a sua condição
Imagino, sem profetizar
Antecipo, sem adivinhar
Falo pouco, por só ver ouvidos.
Que só ouvem pelo celular
Aparelho que não possuo
Diante do que as pessoas...
Optam por falar!
Lemos
23/01/2017
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