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domingo, 1 de janeiro de 2012

E daí?

Não apreciei os fogos
Aliás, nunca apreciei.
Não fiquei acordado
Até o sol nascer
Telefone? Não atendi
Posto quê:
Estava dormindo
Réveillon? Nunca curti!
Nem haverei de curtir
Enquanto me entender
Como gente
Sou chato.
E daí?
Pelo menos:
Não perturbo ninguém
Ao contrário; sou perturbado.
Mas como sou racional
Respeito o direito
Que a pessoa tem
De perturbar o vizinho
Tapo os ouvidos
E durmo:
Quieto
E por enquanto, sozinho.
E de manhã ao sair
Para comprar o pão
Deparo-me restos de fogos
E poças de vômito
Espalhados pelo chão
E, eventualmente
Com algum festeiro
Ébrio, e ainda passando mal.
Para o qual certamente
A festa já se acabou.
Vejo pessoas jurando
Não beber nunca mais
Mas nunca mais
É tempo demais
E antes disso:
A ressaca vai embora
Ligo a tevê para assistir jornal
É antigamente, lia-se o jornal.
E vejo acidentes aos montes
Em todas as estradas
Do Brasil e do mundo
Pessoas mutiladas
Dando entrada no hospital
Álcool, drogas e fogos.
Combinação do mal
Álcool, drogas, direção.
Combinação fatal!
Sou chato e dormi mal
Entretanto, estou vivo e inteiro.
Não mutilei minha mão
Não briguei com ninguém
Não vomitei no chão
Amanhã segunda feira
Feliz ou não; irei trabalhar.
Pois nenhum dos festeiros
Estará preocupado
Com as contas
Que me competem pagar!

Lemos um de janeiro de dois mil e doze.

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